EM REPÚDIO A REORGANIZAÇÃO ESCOLAR DE ALCKMIN EM SÃO PAULO. TODO APOIO A LUTA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS! A ENEENF ESTÁ COM AS ESCOLAS DE LUTA!

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Recentemente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou um projeto de “reorganização escolar” que é uma verdadeira afronta aos estudantes. O projeto pretende mudar a distribuição de estudantes nas escolas estudais paulistas, dividindo-os de acordo com ciclos de ensino e, assim, fechar as portas de 94 escolas!

Com o suposto ganho pedagógico de separar estudantes de ensinos fundamental e médio, o governador vai aumentar a superlotação das salas de aula, demitir professores, atacar as mulheres trabalhadoras e mães que terão que levar seus filhos de diferentes idades em escolas distantes umas das outras, e principalmente, precarizar ainda mais a educação pública paulista. O mesmo governo que vem destruindo as 3 universidades estaduais paulistas (Unesp, USP e Unicamp), o que refletiu nas maiores greves da história em 2014, agora declara uma verdadeira guerra contra os estudantes secundaristas, concretizando o desmonte da educação pública em São Paulo, tocado a 20 anos pelo PSDB. E a reorganização surge em um contexto em que os ataques à educação não vem só da esfera estadual tucana, mas também em nível federal de Dilma, com os diversos cortes e retiradas de direitos da educação!

Mas o que Alckmin não esperava era a reação dos estudantes. Depois de diversas tentativas de negociação e atos para barrar a reorganização, ignorados pela secretaria de educação, os estudantes ampliaram o movimento para um método radicalizado e democrático: a ocupação das escolas. De maneira espontânea e muito organizada começaram a explodir ocupações por toda capital de São Paulo, 3, 6, 10, ocupações, que se expandiam a cada dia pela Grande São Paulo, depois para o interior. Logo de início, cerceamento da polícia, discussão na mídia, repressão e, logo depois, uma liminar judicial que reconhecia a legitimidade das ocupações e impedia as reintegrações de posse. E o movimento cresceu de forma impressionante e exponencial, um movimento de jovens que querem estudar, que não querem ver suas escolas fechadas. Em três semanas, já eram mais de 200 escolas ocupadas em todo estado, algumas de grande importância estratégica, como a EE Gavião Peixoto, maior escola da América Latina!!!

Resistência impressionante. Com grande organização, os estudantes dividiram tarefas, sistematizaram em escalas equipes de limpeza, alimentação, segurança, comunicação. Mais que isso, as ocupações não são só do espaço físico das escolas, são também dos espaços de discussão, de formação crítica, política e cultural desses estudantes. Com cronogramas de atividades diários, as escolas ocupadas são palco de sarais, campeonatos, jogos, rodas de conversa, discussões sobre a conjuntura nacional, internacional, sobre opressões, sobre a luta por direitos. E orgulha ainda mais ver que na maior parte dessas ocupações as lideranças são de mulheres! Meninas, na maioria negras inclusive, que se colocam e lutam por seu espaço, não só por seus direitos enquanto mulher, mas também por seus direitos enquanto jovem, enquanto estudante.

A pressão em cima de Alckmin aumentou. Como lidar com mais de 200 escolas ocupadas, com o boicote da prova que avalia a educação pública em São Paulo (Saresp), com os questionamentos da mídia (nem tão críticos assim, muitas vezes) e da sociedade? A escolha foi recrudescer a repressão e recrutar o grande braço direito do governador: a truculência da Polícia Militar. No último final de semana, um áudio dos dirigentes da secretaria de educação vazou com um plano para desmobilizar os estudantes e os atacar. E os estudantes decidiram responder a altura.

Desde segunda-feira o movimento se radicalizou ainda mais. Além de ocupar as escolas, os estudantes estão ocupando as ruas! De forma emocionante e simbólica, estudantes fecharam vias próximas às suas escolas, muitas delas importantes vias de transito na cidade, usando as próprias cadeiras das salas de aula, com protagonismo das meninas dessas escolas de luta e muita resistência. Sofreram repressão da polícia e da mídia, de maneira truculenta e covarde de Alckmin, com agressões e prisões de adolescentes! E ainda assim, esses estudantes seguem nos dando uma aula de mobilização, firmes na luta e resistência para barrar a reorganização e defender a educação! Elas e eles precisam muito de nosso apoio!

Cresce em São Paulo uma geração de jovens indignados, que vão lutar contra esta casta política e contra a retiradas de seus direitos; cresce uma juventude que está se formando nas ocupações das escolas, na resistência nas ruas, na organização democrática de seu movimento; cresce as mulheres e homens que vão derrubar o Alckmin e seu projeto e inspirar e multiplicar esses feitos por todo o Brasil. Estamos vivendo um período difícil, de crise e ataques aos direitos, mas esses estudantes mostram a forma como devemos e podemos lutar e resistir.

Nós, da ENEEnf, repudiamos completamente o projeto da “reorganização escolar” de Alckmin e declaramos todo apoio aos secundaristas de São Paulo e sua luta! Esse tem que ser um exemplo a se irradiar pelo Brasil. A vitória desses estudantes vai ser a prova de que a luta de fato propicia mudanças, e nos dará força para seguir em todas as lutas que travamos, no movimento estudantil de enfermagem, na luta por nossos direitos, pela educação, pela saúde e pelas conquistas da enfermagem!

“O governo veio quente
Nós já ta fervendo
Quer desafiar?
Não tô entendendo
Mexeu com estudante
Você vai sair perdendo!”

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